terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Oi, menina. Tudo bom?

Você já tem 24, passou bem rápido. E hoje você lembrou que quando tinha 10 não achava que chegaria até aqui. Tudo certo, chegou e quase todos os exames apontam que está tudo bem.

Mas você parou de desenhar o seu mundo.
Trocou as cores das canetinhas pelos tons monocromáticos do dinheiro que te sustenta.
Vendeu sua paz, mas continua menina. Então tá tudo bem.

Você tem um aparelho de jantar lindo que ainda não pode usar.
Você tem um apartamento maravilhoso onde não pode morar.
Todos os seus amores estão distantes e a essa hora da noite a sua companhia é a saudade de quem não pode ver.
Você tem uma vida linda tão pertinho, mas que ainda não pode viver.
E aí vive por tudo o que não consegue ter, mesmo que tendo.

Sua agenda tá cheia de compromissos mas sem nenhum horário disponível para cumprir um deles.
Porque pelo visto não demorou muito para finalmente entender que tempo é dinheiro. E a falta de dinheiro te afasta de tudo o que você queria e você corre tanto atrás... mas sua falta de tempo te faz ficar cansada demais para se lembrar das coisas que fazem valer a pena.

Engraçado isso. Quando se está cansado, não há espaço na cabeça para as boas lembranças e sensações. Mas tudo o que é contrário toma conta. E mesmo não fazendo sentido, você sofre.

Mas tenta não sofrer. Espera.
Não se acostuma com essa dor que não te traduz. Mas espera.
O caos vai passar, sempre passa. Você não passa.
Você não.


sábado, 7 de maio de 2016

Carência invisível?

É um assunto complicado.
Eu fui criada num colo, recebendo muito amor e pouco mimo. Louvo a Deus por isso, porque essa base boa é a fundamentação pra muito do que eu entendo sobre o que é amor e o que é amar.
Mas nem todo mundo concorda com esse entendimento, certo?
Claro, nenhuma criação é igual a outra, as conclusões também são igualmente diferentes. Mas o confronto delas - principalmente quanto a um assunto tão profundo - podem gerar essas frustrações que infelizmente nos perseguem.

A minha demonstração pública ignorada.
Os carinhos costumeiros que deixaram de existir.
O gesto que era carinhoso e que hoje parece mecânico.

Dói.
Mas o que fazer quando não se entende?
O que fazer quando isso não importa?
:(

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Lições Sonoras - Caneta e Papel (Os Arrais)



Meu bem me dê a sua mão
Ao entrarmos juntos na embarcação
Pro outro lado do mar
Além do que o olho vê
Com o vento em nosso favor
Não temos o que temer

Tempestades certamente irão nos alcançar
Longe no alto mar sem uma estrela a nos guiar
Mas a calmaria virá
Com águas tranquilas em mãos
Na luz que dá nome à manhã
Mais perto estaremos do lar

Meu bem não esqueça caneta e papel
Pra pôr em palavras o que iremos ver
Na rota diante de nós
Descrita por nossas mãos
O que mapas não podem dizer
Com traços, com pontos, e vãos

Meu bem me dê a sua mão
Ao entrarmos juntos na embarcação

OBS: Sabe quando você se apaixona por uma letra muito antes de ouvir a canção? Eu sei. Por falar do amor, do valor das palavras que eternizam os bons momentos, da luz que ilumina e tudo possibilita... E por saber que Deus já providenciou que eu não navegasse sozinha :) Muito amor!

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Um texto desajeitado que me mostrou como ser eu.


Cá estou eu, no alto dos meus 23 anos recém completados e com toda a falta de completude que me acompanha desde que me lembro (rs).
Não é por mal... Sempre tive dificuldades em me ajustar e sempre me senti como a pecinha que não me encaixava. Mas também isso me trouxe boas consequencias.

Acho que o motivo é minha lentidão em processar todos os fatos.
Não aceito ter minhas ideias processadas por ninguém, então quem não entende não me aceita.
A uns dez anos atrás eu era a única que não via graça do Júnior irmão da Sandy (e hoje todas as minhas coleguinhas devem me dar razão). A uns cinco, eu era a que fazia pouca questão em vestir as roupas da moda. A uns dois, a única mulher com cara (e comportamento) de moleque na empresa. E a uns dois minutos atrás percebi que em relação as esquisitices... passaram-se as estações, nada mudou.
E isso é tão reconfortante!

23 anos, e eu ainda me sinto uma boa menina que ainda aceita de presente um lindo livro de colorir (mas tem que ser com aquela caixa de lápis de cor massa da Faber Castel!). Mas dessa vez sou também mulher que finalmente começou a entender o que é, o que faz e o que pode fazer para melhorar.
Com todas as ligações e rupturas que tive na vida - entre outras pessoas e comigo mesma - fui construindo e desmoronando essa criatura desajeitada. Que, ainda que desajustada, sabe que um dia terá o seu lugar já preparado.Afinal, meu lugar nunca foi aqui.

P.S.: Saudades desse blog... rs

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Coração tempestuoso.


Era só mais um rebombar no imenso...
Em meio a todo caos espacial, dentre trovões suntuosos e relâmpagos energizados, num segundo de silencio, ele ressoou.
Sem causar temor e quase sem ser notado.
Como se não fizesse sentido ou se mostrasse ser desnecessário.
Surgiu como se algo fosse e morreu sem nada ser.
Era só mais um rebombar no imenso.

sábado, 2 de maio de 2015

Meu menino.



Meu Deus sabe, eu sei lá o dia mas Ele sabe, quando eu me apaixonei pelo meu menino.
Uma paixão dessas que não precisa de chamego, de beijo ou de romance...
mas paixão que vem da admiração, da empatia, e que precede um sentimento mais nobre que se garante ter.
E por mais que eu repita, que eu me refaça, me reitere, não como escapar do momento em que meu coração cedeu.
E eu continuo escrevendo, pensando, falando, porque talvez seja uma das coisas mais bonitas que eu tenha em mim.
Ou porque talvez seja bonito tudo o que há nele e fica guardado em mim.
Porque meu menino não mede o sorriso... ele ri inteiro.
Meu menino fecha os olhos para conseguir enxergar tudo, e me enxerga de verdade.
Meu menino que pensa sozinho e ajuda tanta gente a pensar por si.
Meu menino que abraça com o carinho do mundo todo e faz todo mundo se sentir especial, sem nem mesmo bajular ou esbanjar palavras bonitas.
Meu menino já passou de menino e se tornou um homem.
Um homem que ainda sorri, olha, pensa e abraça com a mesma energia de um menino.
Homem que me completa e me desfaz.
Homem que eu amo, e que quero pra sempre.
Pra sempre sendo meu.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Palavras de uma tola.


Ele revirou os olhos, me deu as costas e se afastou.
E seu silêncio me golpeou o estômago. Já não era a primeira vez - sequer a segunda ou décima - que me ignorava daquele jeito e, com o passar dos episódios, o que antes era uma revolta divertida passou a doer mais que o necessário.
E eu já não sabia mais o que fazer.
Nessa troca de papéis, nunca soube atuar como uma coadjuvante desprezada. Desde quando o conheci, quando ele me viu pela primeira vez, era de mim que partia o primeiro “adeus”. Era ele quem fazia malabarismos para me provar o que sentia, o que pensava, sonhava, planejava para nós dois. Era ele quem se desdobrava para tentar me convencer de que seu amor podia (e provavelmente merecia) ser correspondido. Mas eu sempre discordei. 
E ele foi paciente...  Nesse joguinho de tantos anos, nunca precisei me esforçar para que pudesse tê-lo ao meu lado. Ele faria qualquer coisa para atrair minha atenção e, confesso, muitas vezes me aproveitei disso. Talvez desde o princípio.
E tantas pessoas me disseram que isso aconteceria.
Que ele se cansaria e me deixaria de lado. Que quando o perdesse enfim veria que também o amava e já não haveria mais tempo. Que estava sendo má, e o universo iria refletir em mim tudo o que estava fazendo com ele. Blá blá blá. Nunca menti, nunca o iludi e sempre fui muito clara: eu não tinha interesse. Mas se ele insistia, se ele queria, que mal havia?
Deviam mesmo ter razão. Ao vê-lo deixar a porta entreaberta ao sair, percebi que sua displicência me jogava num vazio desconhecido. Como louca, me viciei nas suas palavras macias, na sua disposição em me fazer sorrir, seu carinho inconseqüente e talvez principalmente na imagem que fazia de mim. Um ideal que eu sabia ser impossível alcançar, mas que me ensoberbecia por saber que existia, pelo menos para ele. Até o dia em que a miragem se desfez e começou a se esvair por nossas mãos.
Não sei se ele deixou de ser o mesmo ou se finalmente voltou a si. Mas eu... eu sutilmente desfaleci. Em abstinência, me desesperei em tantas loucuras, que meus artifícios para atraí-lo provavelmente o afastaram mais. E dentre todas as insanidades, lhe rendi o beijo que um dia ele tanto sonhou. Um beijo que o fez entender, na frieza dos meus lábios, que jamais poderia amá-lo.
Estavam errados.
Ao vê-lo partir, o que ardia em mim não era amor, sequer paixão. Era a necessidade da atenção que só ele conseguia me dar. E quando não se preocupou em fechar a porta, deixou a frieza da sua ausência entrar... e eu já não tinha o que me aquecer.
Diante daqueles segundos, percebi que não sou tão boa em conclusões. Não houveram lições a serem aprendidas e eu já não era capaz de assimilar um “ponto final”.  Me restaram o silencio e a espera. Em me tornar um pouco menos medíocre ou, pelo menos, me render à minha ingratidão. Quem sabe quando surgir outro infeliz que ocupe o lugar dele eu enfim descubra.
Ou não.

OBS: Eu sempre quis entender o que se passava na cabeça de uma dessas infelizes e, principalmente, se eu já fui uma. 
As vezes você pode ser inocente sobre seus próprios erros, mesmo que isso não lhe isente de merecer o sofrimento que eles lhe acarretam.  

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Post Flash: Galáxia Particular.

Não, mesmo olhando pro céu, mesmo sentindo o arrepio das estações que passam, eu não tenho uma noção natural de como a terra se move e como a lua vai e vem.
Ainda assim aqui, parada, sou obrigada a segurar as náuseas das voltas que dou e que a vida me dá.
Numa rotina de satélites que tenho e do pequeno satélite que sou, por pouco não me perco nessa via láctea de momentos, sentimentos e sensações que me movem e me tornam.
As voltas do dia-a-dia, todos iguais, mesmo acordar e dormir, mesmo tic-tac do relógio, mesmo sono.
As demolições e reconstruções que me machucam e me fazem crescer.
Os desencontros, as desavenças, as mágoas e frustrações... e os sorrisos expontaneos que brotam por qualquer motivo, fazendo minha fênix resurgir, insistente.
Tantas voltas e ainda tanto a aprender.

Eu sei quem me move.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Vão me julgar


Eu sei lá.
Só que eu não vejo graça em saber o nome de todas as lojas de roupa e sapato do shopping.
Quando preciso de alguma coisa, vou naquela de sempre (a mais barata, de preferencia) e compro.
Também não aprecio me debruçar sobre o leque de cores dos batons de uma loja e escolher a cor da moda que combina com a minha pele... quando eu quiser uma cor diferente (pode ser azul) eu dou um jeito de ficar do jeito que gosto.
Eu gosto de maquiagem e cada dia que passa gosto menos.
Se o preço é eu não ter jeito de menininha, fazer o quê?

E a vida inteira me disseram que os dias mais felizes da minha vida seriam a formatura, o casamento e o nascimento de um filho.
Apesar de não poder comentar sobre o último, tenho criado pontos de vista diferentes sobre esses momentos.
Conseguir terminar um curso de quatro anos é tão recompensador... me ajudou a definir uma boa profissão pra mim e hoje posso dizer que tenho meu próprio dinheiro. Dinheiro esse que é suado e não tenho vontade de gastar numa coisa tão passageira quanto uma festa, desculpa.
Vão-se os brilhos, fica a experiência, as amizades, o conhecimento. Prefiro o ativo permanente.
Quanto ao casamento, porque uma festa fenomenal se o mais importante é tão simples?
Encontrar um amigo, parceiro, um porto é realmente um fato a ser comemorado... mas muito mais especial que a festa e os noivinhos do bolo são os dias que viveremos juntos.
As conquistas do dia a dia, o aprendizado mútuo, essas coisas que Deus dá de graça (e pela graça) pra gente. O amor que sentimos não se define no número de convidados, ou no preço do buffet. Então pra quê tudo isso?

A vida é mais do que a gente publica. É mais do que as fotos e vídeos que postamos nas redes sociais da vida... porque rede vazia não alimenta ninguém.
Na voz do meu Mestre, posso recolher os melhores presentes, encontrar amigos valiosos e sorrisos verdadeiros. Mesmo que eu não seja a mais linda, rica ou glamourosa. Eu sei que tenho o meu valor, porque meu barco está sempre cheio.

Talvez eu esteja certa, não é?

sábado, 2 de agosto de 2014

Lições Sonoras - Entrega (Daniela Araújo)




E mesmo estando no caminho eu posso me perder a ponto de nem perceber
O bem que eu quero, não faço
O mal que não quero, faço e refaço

Mas chega o dia em que a gente decide não insistir nos mesmos erros
É quando a gente percebe que o tempo não esperou, que o passado não se consertou
Quando eu esperei em alguém perfeito de presente, eu ganhei um espelho
E agora lava-me, purifica-me! Sei que tudo que eu quero está em Ti

Eu me entrego... Sem reservas eu me entrego, eu me entrego por completo

E mesmo estando no caminho eu posso me juntar ao "acusador"
Fazendo de aparências minha religião, criando guerra em nome da razão
Vivendo de verdades incompletas em nome de um passado, de uma tradição
É quando a gente percebe que não estamos certos, que, na verdade, nós estamos cegos
Mas quando esperei em alguém perfeito eu vi o Seu reflexo em mim Sem defeito
E agora usa-me, vivifica-me! Vem terminar a Tua boa obra em mim!

Eu me entrego... Sem reservas eu me entrego, eu me entrego por completo

Eu posso fazer tempestades mesmo com o sol a pino, ponho todo o universo na linha quando eu rimo
Meus pecados crescerão enquanto eu alimentá-los! Pois demônios que eu crio, só eu posso calá-los
Por que minha mão que é curta para ajudar o infeliz se estica para julgar e lembrar o que a Bíblia diz?
Será que é de Deus o crente orar assim: "Que a Lei seja sobre eles, e a graça sobre mim"?
Vitória sobre os inimigos! Inimigos são quem? Se os cristãos não deviam querer o mal de ninguém
Se o único inimigo que a Bíblia aponta Jesus venceu na cruz (me diz) com quem "cê" luta contra
Será que é seu vizinho? Será que é seu patrão? Será outro caminho? Outra religião? Não!
Você gosta de poder, cê gosta é de julgar! Tudo que você gosta o diabo tem pra te dar
Pois você quer aquilo que Jesus negou ao ser tentado, quer os reinos desse mundo,
Eu sei, você já tá prostrado
Se Deus perguntasse o que eu acho eu diria: Perdão, Senhor! Lúcifer refez a proposta e a gente aceitou
Se Cristo pedisse um conselho eu diria: Fica aí! A oferta que cê rejeitou, foi aceita por aqui
Se Deus perguntasse o que houve eu diria: Ouve aí! Os homens inventaram outro Cristo por aqui!

Eu me entrego... Sem reservas eu me entrego, eu me entrego por completo

OBS: Não é só porque eu pirei (eu e um monte de gente) na primeira vez que ouvi essa música, nem porque Dani realmente conseguiu abrangir tanta qualidade de estilos diferentes num só cd. É porque a mensagem que essa música - e praticamente todo o álbum - traz falou demais comigo. Sobre a noção que eu devo ter da minha inferioridade e como isso afeta a visão que eu tenho do meu próximo.

Misericórdia, Senhor!